Universo de Kanok

A batalha final se aproxima, eu posso ver isso de maneira tão clara quanto o dia mais claro. Philifin e Delph estão em guerra a anos, e como Anciã, tenho o dever de escrever a história do mundo, para que as gerações futuras não cometam o mesmo erros que seus antepassados. Estou escrevendo a você, Emma, porque é a única pessoa com quem posso contar. A genealogia de seu pai é mais antiga e poderosa do que imagina, e cabe agora a você procurar por ela. Já vivi mais anos do que deveria, e você será minha sucessora, você carregará a sabedoria de todos as Anciãs antes de mim, e você escreverá a história dos mundos.

Contudo, para que tudo isso aconteça, você terá que me provar que está pronta, e que serás tu a me tomar esta cargo. Cuide de John e Henri, afinal, ambos são preciosos para a história de uma maneira que você não poderia imaginar, e Emma, fique de olho ao redor. A escuridão está mais perto de que poderia imaginar, e os Viajantes estão voltando a aparecer. A esperança está nascendo novamente! Estou mais perto de você, minha querida, do que pode imaginar, e já falei com Levi: você participará da Competição da Mão.

Fique alerta, é a única coisa te peço.

Com amor,
Lily Somnos, a Anciã.

Emma Müller leu a carta por completo, sentando na poltrona de seu quarto com a mão por sobre a boca, tentando assimilar tudo o que tinha lido. Lily Somnos, uma antepassada sua; ainda viva. Era estranho imaginar que o ancião que todos procuravam quando queriam saber de seu futuro era sangue do seu sangue. Tão velha quanto a terra sob seus pés, e com toda a sabedoria do mundo guardada em sua mente. Sem esquecer. Sem morrer até encontrar alguém a altura.

Ela era a próxima. Fadada ao mesmo destino que sua avó, ou seja lá como devesse chamar. A próxima Anciã. Isso a assustava mais do que quando serviu a Jorge como sua conselheira.

– Emma? – Henri entrou no quarto sem esperar sua resposta. O príncipe sentou ao seu lado, acariciando seu braço – Está tudo bem?

Ao ver a carta na sua mão, tentou pega-la, mas a Müller se levantou jogando o papel na lareira. Fechou os olhos durante alguns segundos. Amava o Prince de uma maneira que nunca iria entender, mas com a Competição da Mão chegando, e o aviso da inscrição de seu nome na mesma, era o melhor a se fazer. Se encontrar com Henri não era mais uma opção.

– Vá embora, por favor. – ela sussurrou. Ouviu a cama ranger, e logo, os braços quentes do príncipe envolveram sua cintura, abraçando-a por trás.

– Porque? – ele lhe perguntou, afundando o rosto no vale do pescoço do conselheira. O Prince era capaz de sentir o coração de Emma ficar cada vez mais aceler.

– Porque aquela carta dizia que meu pai me inscreveu no Campeonato. As garotas que perdem estão fadadas a não se casarem com mais ninguém da realeza. – lágrimas inundaram seus olhos, e Henri a virou para ficar de frente para ela.

– Isso é impossível! Nosso noivado já era quase certo – o Prince se afastou – Ele não pode quebrar o acordo

– Essa é o problema – ela engoliu em seco – Seu pai concordou. O sorteio acontece em três dias. Já estou dentro.